Novidade Filosófica!
A Deusa e o Poeta
A DEUSA E O POETA
— Quem és Tu? — Sendo Tu mortal és reverenciada por anjos,
sabes de coisas que jamais foi ensinado, buscas conhecer o mundo através do
sono guiado e de entidades, das ciências ocultas, da magia, da teosofia dos
antigos alquimistas, das ervas, da psicurgia teurgica, das influências
matemáticas com relações ao universo, da física ao físico. Da fisionomia a
psicologia em relação ao homem e a natureza. Das noções em base de tudo que
ainda nem foi expressado. — Quem és Tu?
Ainda que somando todo o empenho de que aprende, as vicissitudes na
quais busca, ainda és uma jovem mulher, sem manchas em sua auréola?
A mulher de longas asas lhe fez essa pergunta, sabendo de
antemão que a jovem não era uma deusa, mas uma menina na qual sonhava em ser
e não ter. O ser preenchia todas as lacunas de sua vida, enquanto a
ideia do ter apenas somava e desaparecia. Era uma visão dupla, uma mão dupla,
na qual o intelecto dela via uma forma de razão para ajustar uma quantidade.
Enquanto, a ideia do ser a preenchia fisicamente, emocionalmente e
espiritualmente, era uma forma una de sentimento que jazia algo
transbordar.
Entre a dúvida de Vênus estranhamente a sua frente. A jovem
possuída de afeição não respondeu. Apenas que as suas equivocadas ideias de
atributos devessem uma explicação. Mas, a jovem não via como atributos e
sim como dons. Pareceu que o olhar fixo daquele anjo lhe pedisse
explicação, pelo fato de que o rosto e a cor dos seus cabelos ruivos fossem um
tipo de dardo, na qual acertara o coração dos homens.
Para a jovem, apenas a ideia de que o seu dom os invejava e
não a sua beleza. Embora, os olhos da carne os vissem como algo bom a ser
devorado.
Contudo, a jovem sempre usou de sua prudência para não ceder
aos caprichos da carne. Isso, a própria Vênus se condenou. Pois, nos caminhos
da vida há preços que jamais podem ser pagos. A honra.
Sempre que podia ia se banhar nas águas puras do rio e lá
alguém se escondeu, a pedido de Vênus.
A jovem já havia sonhado e antecipado a sua visão de que um
homem iria visitá-la a mando da deusa para que desvirtuasse.
Ela então, olhou direto nos olhos de Cupido e a flecha que
acertara bem ao peito voltou-o como num disco arranhado e ele assustou quando
se machucou também, pela mesma seta.
A jovem vestiu-se, depois de tê-lo mostrado parte de seu
seio ferido, ali foi derramado sangue e água. Nas quais a sede que teria jamais
seria saciada como homem e o sangue derramado foi a volúpia que antecipadamente
a tocou e que jamais retrocederia.
Cupido então, afastou-se com os olhos marejados de água e
igualmente ferido, deixando ali uma jovem que fracamente adormeceu ferida por
sua flecha.
Sonhando, viu o rosto de um poeta que lhe implorou a
acordá-la, mas que dormiu serenamente por algum tempo, até que as inspirações
dele o afetasse criando teias de emoções.
Aos poucos, o rosto enuviou e ela acordou.
Estava em sua casa com as suas irmãs e a sua família e Vênus
desapareceu, assim, como o poeta. Algo em seu coração doía, era como brasas
acesas. E, passando um ano e meio o rosto dos sonhos retornara. Junto dele um
emaranhado de cartas nas quais por todo esse tempo ele levou aos pés dela, de
Vênus.
O rosto de sol escaldante da deusa aplicou uma lição em seu
filho, talvez, a mais dura lição de sua vida por uma forma genuína de inveja e
deu o seu filho ao tempo na qual o próprio Cronos fez as suas alterações.
A jovem que mantinha atributos passou pelo pai tempo e ele
por sua vez trabalhava silenciosamente para Vênus. Deixando os seus traços nos
rostos de todos os seres. Mas, a jovem o reconheceu. Ele era o rosto dos sonhos
nas quais viu quando adormeceu. Estava fraca devido a ferida em seu peito. E,
ele era o próprio cupido.
O poeta.
Daquele dia em diante, os caminhos passaram a serem mais
estreitos, porque a jovem descobriu o segredo de Vênus e marcou o seu filho
cupido pelo poeta. Deixando os dois distantes na linha tênue da vida para que
eles jamais se tocassem.
A vingança de Vênus foi cruel. E, todas as pessoas que
alinharam em seu caminho se jogara de um precipício deixando em seu lugar
apenas euforia.
A jovem pela primeira vez disse algo a Vênus.
— Eu jamais quis seus poderes do amor. — Por que me
amaldiçoou? — Essa é a forma que reverenciam para Ti amor? — Há, se te
conhecessem!
Ela se virou e foi embora deixando-me com a dor, a ausência
e a punição.
As cartas do poeta empilharam num arquivo em minha cabeça
dentro dos sonhos e eu vi uma frase que dizia.
— No amor não há limites de tempo, apenas a forma da
expressividade.
Essa frase marcou-a quando acordamos juntas de um sonho da
segunda dimensão. A jovem que mantinha e mantém seus atributos, vive. Embora,
aquela dos sonhos ficou guardada no tempo quando conheceu o rosto do poeta pela
primeira vez.
O sonho dentro dos sonhos foi a inspiração do poeta e a
deusa sem nome serenamente recolheu-se em busca do seu eu que se perdera no
tempo.